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Seminário Manifestos & Manifestações, unipop e maria matos

O seminário Manifestos & Manifestações, organizado pela Unipop e pelo Teatro Maria Matos, decorre já esta sexta-feira. O programa está aqui.

debate REBELDES CONTRA O FUTURO? 200 ANOS DEPOIS DO LUDISMO



Casa da Achada # sexta-feira, 20 de maio # 21h30 # entrada livre

organização UNIPOP e revista imprópria

(ver localização aqui)


com a participação de:

José Luís Garcia
Gualter Baptista
José Neves

Há duzentos anos atrás, durante o período da primeira Revolução Industrial em Inglaterra, emergia um movimento de artesãos têxteis que se opunha à
introdução de maquinaria nos processos de trabalho. No âmbito de processos de industrialização que introduziriam alterações profundas nos seus modos de
vida e deixariam sem trabalho os artesãos mais qualificados, o termo ludita cunhou um movimento que se inspirava em Ned Ludd, também conhecido por General Ludd. Embora não se saiba ainda hoje se Ludd foi ou não mais do que uma personagem mítica, a sua figura ficou associada à destruição de duas máquinas de tricotar na fábrica onde trabalharia, em resposta a uma repreensão patronal. Não obstante o movimento ludita ter sido desencadeado por artesãos, o termo «ludita» foi desde então retomado na crítica ao culto da tecnologia, do trabalho e do progresso. A Unipop e a revista Imprópria organizam um debate que discutirá a história do movimento ludita, os movimentos contemporâneos de acção directa contra a modernização capitalista – entre outros, movimentos antinuclear, de oposição à agricultura transgénica ou à patenteação de sementes – e os limites da ideia de progresso.

Ciclo AGÊNCIA - Algumas formas ao alcance de todas as mãos | A arte do trabalho (sessão UNIPOP, 30 Abril, 18h30)

Sábados, 30 de Abril e 7 de Maio | 17H e 18H30
The Barber Shop (Rua Rosa Araújo, n.º 5, Lisboa - metro Avenida)

Entrada livre



Agência é uma entidade abstracta, simultaneamente estrutura e impulso que gera actividade, identificada como intermediária na gestão de negócios pessoais. Mas aqui, o que nos deveria interessar é a própria definição daquilo que é negócio alheio: serão a precariedade, a subsistência, das finanças aos rendimentos, como a própria representação artística, parte dos negócios que não nos concernem como autores e produtores? Ou é esta a componente do negócio da qual nos alheamos voluntariamente, por não a considerar trabalho ou tópico propriamente dito? Deixemos então cair nas nossas mãos, nas suas variadas qualificações e inqualificações, estes negócios alheios, possibilitando a discussão colectiva das vantagens e opções individuais de trabalho para lá do trabalho autoral.

Se a crítica institucional pressupunha a instituição como campo de acção e poder, é possível que esta tenha de se reestruturar e dirigir à vida em si mesma de modo a responder à biopolítica que define o capitalismo actual. Isto porque se por um lado esta dissolução de esferas de competência é tradição do modernismo artístico, por outro lado é para as condições de vida dos artistas que um mercado flexível olha hoje como modelo empreendedor e neo-liberal.

Assim, pedimos emprestado ao falecido pintor Ângelo de Sousa, o título que atribuiu aos desenhos feitos de gestos simples, gramáticas para linguagens entre corpos, capazes de serem feitos por qualquer um, no seu imaginário de equivalência e acessibilidade. Com Ângelo de Sousa, pressupomos então que uma tal passagem da arte às condições e opções de vida podem somente dar-se por um princípio de empatia e agenciamento.

Em quatro sessões abordar-se-ão questões sobre a noção de trabalho em Arte Contemporânea. Estas sessões percorrerão uma reflexão sociológica da área em Portugal (Vera Borges), a análise teórica e filosófica do trabalho precário no capitalismo actual (José Neves/ Miguel Castro Caldas), alguns exemplos de associativismo e activismo laboral (Scottish Artists Union), bem como de quando a arte e direitos de autor se imiscuem na área do Direito (Daniel McClean). Em paralelo serão disponibilizados conteúdos online, que amplificam a área de reflexão do programa, tais como como uma entrevista com os Temporary Services e o seu jornal Art Work, contribuições da Agency de Kobe Matthys, bem como os resultados do inquérito a trabalhadores em Arte Contemporânea circulado online em Portugal em Abril de 2011.

Agência: algumas formas ao alcance de todas as mãos é um projecto concebido por The Barber Shop com Mariana Silva e Pedro Neves Marques.


(sessões)

30 ABRIL 17h

Vera Borges:
Em conversa com Vera Borges, serão abordados alguns dos resultados do inquérito a trabalhadores no campo da Arte Contemporânea em Portugal, circulado on-line em Abril de 2011. A partir destes, será tida uma conversa em torno da sociologia do campo das artes visuais, condições de trabalho, direitos, remuneração e representação.


30 ABRIL 18h30

José Neves e Miguel Castro Caldas - Sessão organizada por Unipop:
Conhecemos bem os efeitos dos processos de mercadorização em curso. Tendem a submeter as mais diversas actividades humanas ao princípio mercantil. Faz-se o que se vende. Nos últimos anos a cultura em geral e a arte em específico têm sido áreas particularmente influenciadas por este princípio. A situação tem gerado inúmeros debates em torno do estatuto do artista e da própria obra de arte, bem como acerca das relações da arte e da cultura com o Estado e com o Mercado.

Ao mesmo tempo, embora, porventura, com menor repercussão a nível dos debates públicos, as actividades mais convencionais de produção de mercadorias - desde logo, as actividades industriais - têm igualmente passado por transformações importantes, redefinindo o estatuto do produtor e do próprio produto. Há quem fale de cidades que se tornam criativas, apoiando-se em processos de gentrificação, e quem refira a emergência de um novo proletariado, um proletariado imaterial, para quem a precariedade é a ordem dos dias e das noites que correm, e o tempo de trabalho e o tempo de vida se tornam indissociáveis: tudo o que se faz é e não é trabalho. É da intersecção destes dois processos - mercadorização da vida, "criativização" do trabalho - que surge o título deste debate: a arte do trabalho.


7 Maio 17h

Peter McCaughey:
Como membro executivo da Scottish Artists Union, a contribuição do artista e professor Peter McCaughey focar-se-á em questões práticas sobre diversas abordagens que poderão guiar os artistas em tempos de acrescida precariedade.


7 Maio 18h30

Daniel McClean:
Dada a sua prática enquanto advogado e curador, Daniel Maclean examinará dois pontos a partir dos quais a Lei interpreta a Arte. Primeiro, a classificação e definição de obras de arte; segundo, a articulação e defesa dos direitos dos artistas. Algumas consequências destas interpretações para a arte e para os artistas serão debatidas, bem como o uso por artistas da Lei em Arte e o que este processo propõe em relação à Lei.


(bios)

Vera Borges é doutorada em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e pela Universidade Nova de Lisboa. É autor de vários livros sociológicos sobre o teatro em Portugal, por exemplo Teatro, Prazer e Risco (Roma Editora, 2008), sendo de momento investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

José Neves é professor no Departamento de História da FCSH-UNL e é investigador do Instituto de História Contemporânea da mesma faculdade.

Miguel Castro Caldas escreve para teatro, faz traduções, dá aulas. Co-traduziu o «O Governo das Desigualdades», de Maurizio Lazzarato.

Peter McCaughey é membro executivo da Scottish Artists Union. Em paralelo à sua prática artística, faz investigação e lecciona no departamento de Escultura e Environmental Art da Glasgow School of Art. Tem contribuido frequentemente para comissões, colaborando com arquitectos, urbanistas, engenheiros e designers em think tanks sobre arte pública. Recentemente, contribuiu para o livro Cultural Hijack sobre direitos de artista e preparou uma campanha da Scottish Artists Union que visa desafiar os partidos políticos perante as políticas culturais e artísticas vigentes.

Daniel McClean é curador, escritor e consultor em questões legais ligadas à arte. É advogado na Finers Stephens Innocent, tendo trabalhado com vários artistas em questões de direitos de autor e condições legais, incluindo mais recentemente o projecto dos Superflex Free Sol Lewitt no Van Abbenmuseum, Eindhoven. É o editor do livro The Trials of Art (2008). É formado em Filosofia, Política e Economia pela Universidade de Oxford e em Lei e Propriedade Intelectual pela Universidade de Londres.

Temporary Services é constituído por Brett Bloom, Salem Collo-Julin and Marc Fischer. Tendo começado na cidade de Chicago, está no activo deste 1998, produzindo exposições, eventos e publicações com foco em direitos de artista e questões relacionadas, nos EUA e internacionalmente, incluindo o jornal Art Work: A National Conversation About Art, Labor and Economics (2009).

Agency foi fundada pelo artista Kobe Matthys em 1992 e é baseada em Bruxelas. Tem participado em várias exposições e eventos, incluindo Animism (Extra City - Kunsthal Antwerpen/ Museum of Contemporary Art, Antuérpia), Un-Scene (Wiels, Bruxelas) ou When Things Cast no Shadows: 5th Berlin Biennial (Berlim).


+ info: http://www.thisisthebarbershop.blogspot.com/

mesa-redonda DOS MOTINS ÀS REVOLUÇÕES, E VICE-VERSA


Casa da Achada # sábado, 19 de fevereiro # 15h # entrada livre

organização UNIPOP e revista imprópria

(ver localização aqui)


com a participação de:

Miguel Cardoso
Pedro Rita
José Soeiro
Manuel Loff
Paulo Granjo
Ricardo Noronha

A partir dos mais diversos pontos, de Roma a Tunes, do Cairo a Oakland, de Londres a Beirute, de Buenos Aires a Atenas, de Maputo a Sana, um conjunto muito significativo de lutas, manifestações, greves, ocupações tem vindo a ter lugar. Um elemento comum, além da assinalável capacidade de mobilização, parece ser o facto de muitas destas acções assumirem, formal e substancialmente, o questionamento não só da ordem estabelecida, mas também do padrão normalizado da luta política legal e confinada aos limites do poder de Estado. Num contexto de crise do capitalismo global, a ordem pública é confrontada com uma desordem comum que toma as ruas como o seu espaço, resgatando palavras como «revolução», «revolta», «motim». O debate que propõe a UNIPOP passa por procurar identificar que outros pontos de contacto têm estes diversos focos de luta, bem como quais são os seus limites, e perceber em que medida é que um certo efeito de arrastamento pode ou não ter como consequência a constituição de uma resposta emancipadora à crise do capitalismo global, ou seja, que articulação têm estes movimentos com o paradigma da «revolução» e de que modo o reconfiguram.

mesa-redonda O ESPECTRO DA ANARQUIA

Casa da Achada # sábado, 8 de Janeiro # 15h # entrada livre

organização UNIPOP

(ver localização aqui)

com a participação de:

António Cunha
# membro do colectivo Casa Viva #

António Pedro Dores
# sociólogo e prof. no ISCTE #

José Carvalho Ferreira
# economista e prof. no ISEG #

José Neves

# historiador e prof. na FCSH #

Miguel Madeira
# economista #

Miguel Serras Pereira

# tradutor #

Ricardo Noronha
# doutorando em História #

O recurso a etiquetas ideológicas é uma prática recorrente, quer por parte de correntes de pensamento e movimentos sociais e políticos quer por parte dos poderes instituídos. Se para os primeiros uma lógica de fixação identitária parece impô-lo, para o segundo trata-se de uma técnica de definição de um inimigo, interno ou externo, identificável, de um processo de naturalização do recurso à violência autorizada. «Comunismo», «terrorismo», «antiglobalização», «anarquismo» têm sido algumas dessas etiquetas. Mais recentemente, o «anarquismo» – ou mais sofisticadamente as «ideias anarquistas» – instalou-se no espaço mediático a propósito de um conjunto de movimentações sociais contra os poderes instituídos. Detenções, condenações judiciais, cordões policiais em manifestações, a coberto da defesa da democracia contra as «ideias anarquistas», têm, na verdade, sustentado a criminalização de todas as lutas que procuram situar-se para lá da intervenção política e social institucionalizada. Partindo do reconhecimento de que por detrás da designação «anarquismo» se esconde uma enorme pluralidade teórica e prática, a UNIPOP propõe uma discussão acerca do percurso histórico das «ideias anarquistas» em Portugal, bem como uma abordagem cruzada de algumas das tradições teóricas que se colocam sob essa etiqueta.

COMMONIVERSITY, Barcelona 25 de Novembro

Encontro de universidades anómalas em Barcelona nos dias 25, 26 e 27 de Barcelona. A unipop estará por lá. Mais info, aqui.